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FNSTP

ASSEMBLEIA GERAL

By Abril 29, 2022Novembro 2nd, 2024No Comments

A reunião magna da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores Portuários, realizou-se no passado dia 28, no Tryp Porto Expo Hotel, em Leça da Palmeira, para discutir e aprovar o relatório e as contas do exercício de 2021.

Na assembleia da FNSTP, participaram os dirigentes representativos dos nove sindicatos seus filiados, bem como alguns dos seus associados.
Nos termos da respetiva convocatória, foi escrutinado o trabalho do órgão executivo da Federação, relativo ao exercício do ano findo, o qual mereceu o voto favorável por unanimidade dos presentes, relativamente à gestão financeira, bem como à atividade desenvolvida.
Na continuação da O. T., usaram da palavra vários dos delegados presentes, que em nome dos seus sindicatos partilharam os problemas de índole laboral e de funcionamento que ocorrem nos diversos portos onde asseguram a representatividade dos trabalhadores portuários, seus filiados.
Foram ainda analisados temas de carácter global, como: a formação profissional, a automação e a implementação de novos equipamentos nos processos de movimentação das cargas, e um processo iniciado em 2016 com o governo, sobre questões que dignifiquem o trabalho e o trabalhador, como sejam a qualificação e certificação profissional, o reconhecimento oficial da profissão, a proteção laboral no quadro da adjudicação em regime de concessão e o reconhecimento da profissão como de desgaste prematuro, assuntos que os trabalhadores, incompreensivelmente, continuam por não verem resolvidos.
O dia não seria só de discussão e análise, foi também de conhecimento para muitos dos representantes dos portos de Aveiro, Figueira da Foz, Sines, Ponta Delgada, Horta e Praia da Vitória, no âmbito de uma visita ao porto de Leixões, durante a qual foi possível aquilatarem da dimensão e da capacidade do porto, no que se vai fazendo em termos da operação remota de equipamentos, com ênfase para o Núcleo de Simulação da APDL, onde puderam partilhar da realidade virtual dos simuladores ali instalados, concretamente os destinados à operação portuária.

Plataforma superior do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões

A convite da Federação, aquela assembleia abriu com a intervenção do presidente da APDL- Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, S.A., Eng. Nuno Araújo.

Convidado a abrir os trabalhos na assembleia geral da FNSTP, Nuno Araújo, começou por reconhecer «estar perante os trabalhadores que desempenham as tarefas mais difíceis dentro dos portos.»
Após agradecer o convite, fez questão de assumir a sua falta de experiência na atividade portuária antes de tomar o cargo que atualmente ocupa, referindo que  «fui aprendendo muito ao longo dos últimos anos, sobretudo convosco, nas conversas que fui tendo, com o diálogo que foi sendo construído» «fui aprendendo muito com essas conversas, com esses diálogos, com os momentos de convívio que também foram acontecendo no correr dos últimos anos e serviram para eu aprender e ficar muito mais sensível e desperto para aqueles que são os reais problemas que afetam os trabalhadores portuários»

Momento em que o presidente da APDL, Eng. Nuno Araújo, se dirigiu aos sindicatos

Lembrando os dois anos de pandemia, relevou o papel fundamental dos profissionais de saúde que, perante os elevados riscos profissionais, continuaram a trabalhar, sobre os quais o país sempre ouviu falar,«Mas esquecemos muitas vezes trabalhadores de outras atividades que eram igualmente imprescindíveis, como é o caso dos estivadores, que permitiram continuar a ter os portos a funcionar na sua plenitude, correndo igualmente risco de saúde, para que não faltasse nada na casa dos portugueses. Sem isso, a economia nacional teria porventura parado.»
Referindo-se à atividade dos trabalhadores portuários, enalteceu que «a profissão de estivador foi mudando ao longo dos anos, e como vocês, todos vocês, foram capazes de se irem adaptando às circunstâncias» «às tecnologias, aos novos equipamentos e às regras que hoje os portos se debatem»
Recordando os momentos em que se fala de resiliência portuária, sobre a capacidade dos portos resistirem às disrupções nas cadeias logísticas, à capacidade dos portos de continuarem a operar perante circunstâncias adversas, sempre que são solicitados, disse: «Temos tido a capacidade de nos adaptarmos e a verdade é que temos vindo a fazer fortes investimentos na atividade portuária, em novos terminais, em novos equipamentos, em novos cais» «mas nada disto se conseguia se não tivéssemos trabalhadores qualificados, capazes, dedicados, que percebem a importância que os portos têm no contexto nacional e a importância que os portos têm para a economia nacional» «Por mais investimentos em milhões de euros que nós consigamos atirar para as docas e quebra-mares, isso nada representa se não tivermos depois trabalhadores capazes, como temos atualmente»
Fez questão de agradecer a postura dos trabalhadores nas suas conquistas e no seu papel reivindicativo, enaltecendo a «forma séria e construtiva como têm conseguido essas conquistas e feito essas reivindicações, distinguindo-se bem doutros cenários que temos no nosso país», concluindo que «o sucesso da atividade portuária, o sucesso dos portos no contexto nacional deve-se sobretudo aos trabalhadores, eles são os principais fatores de competitividade que temos na atividade portuária»
Para os delegados presentes, foram momentos de orgulho, porque ouviram palavras de alguém distante, que não representa os seus interesses, mas que os compreende, que assimila o papel dos trabalhadores portuários com uma das atividades mais importantes para o país e, consequentemente, para os portugueses.